Sucesso do Nubank, incertezas sobre 2022. Vale investir em IPO?

por | 8 jan 2022 | Bolsa de valores

O assunto da economia nas últimas semanas foi a estreia do Nubank na Bolsa de Valores de Nova York e na B3. O chamado IPO (Inicial Public Offering, ou oferta pública inicial, na sigla em inglês) da instituição movimentou o mercado, em especial pelo fato de seu valor inicial de ações ser comparado ao de grandes empresas já estabelecidas neste cenário.

Ao mesmo tempo em que o Nubank celebrou números positivos em sua chegada à Bolsa, com ações vendidas inicialmente a US$ 9 e fazendo o valor do banco saltar para US$ 42 bilhões, outras gigantes decidiram adiar esse movimento diante das incertezas da economia para 2022 no Brasil e no mundo. Essa diferença entre o otimismo do Nubank e a cautela de outras empresas gera a inevitável pergunta: vale a pena investir em IPO?

Antes de tudo, é preciso entender o que é IPO para saber se investir nessa modalidade encaixa com seu perfil, até porque a rentabilidade dependerá muito da empresa. Ingressar com ações nas principais bolsas de valores do mundo é um passo de uma trajetória complexa, que tem como caminho o processo de solidez da companhia que opta por essa decisão. Ao abrir seu capital para acionistas, a instituição tem de prestar contas a um número maior de pessoas e necessita ter regras claras de governança interna. O IPO vai muito além de negociar suas ações na bolsa. Traz outra realidade administrativa.

E ser sócio de uma empresa via IPO é algo rentável?  O mercado de ações no Brasil tem se consolidado e amadurecido nos últimos anos. A B3 divulgou estudo em agosto no qual apresentou que o número de contas ativas na Bolsa de São Paulo chegou a 3,8 milhões, um salto de 43% entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. Esse volume indica que o brasileiro tem se acostumado com esse tipo de investimento, mas é preciso ter claro: investir em ações é uma operação de risco.

Com isso em mente, investir em IPO é ter claro que a rentabilidade está atrelada ao avanço da empresa como um todo. Ao ingressar na bolsa, a empresa busca se capitalizar para consolidar seu negócio, expandir novas funções e crescer de forma sustentável. Se todas essas etapas forem cumpridas, o acionista em IPO só tem a celebrar os resultados por ser um dos primeiros a acreditarem no planejamento desenhado pela companhia.

RISCOS ECONÔMICOS PODEM FREAR OS IPOS

No primeiro semestre de 2021, o IPO seguia em alta na B3. Entre janeiro e setembro, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou 45 IPOs, alta de 66% na comparação com o ano passado, quando houve 27 operações. Em investimentos, o salto foi de R$ 45,3 bilhões para R$ 63,4 bilhões. Mas essa euforia deu lugar para cautela nos últimos meses.

Eram aguardados IPOs de grandes empresas como Kalunga, Bluefit, Havan, Housi e Ezetec. Todos foram suspensos ou cancelados, de acordo com dados da iHUB Investimentos. Essas decisões aconteceram no período em que a B3 computa queda nas operações, de mais de 10% neste ano, e que a pandemia do novo coronavírus dá sinais ao mundo que não irá reduzir tão cedo.

A variante Ômicron tem avançado por países da Europa e chegou ao Brasil, trazendo consigo incertezas sobre seu peso na economia a partir do ano que vem. Até então, o clima era de otimismo para 2022, com o reaquecimento linear da economia. Governantes têm cancelado festejos de fim de ano e até o Carnaval, que seriam um marco da virada de página com relação à Covid-19. Somam-se a isso, no caso do Brasil, as eleições presidenciais, o aumento na taxa de juros e a crescente da inflação.

O IPO exige um mercado estabilizado. E, para muitas empresas, esse terreno não está sólido suficiente para que esse passo seja dado.

CONHEÇA AS MODALIDADES DE IPO

O IPO é a sigla em inglês para oferta pública inicial. E essa oferta pública apresenta duas modalidades de investimento. 


Oferta pública primária

A Oferta Pública Primária envolve quando a empresa decide abrir seu capital e emite novas ações diretamente no mercado. Assim, a instituição é a vendedora das ações com objetivo de arrecadar recursos. O Nubank aposta nessa categoria para se capitalizar na B3 e na Bolsa de Nova York.

Oferta pública secundária

A Oferta Pública Secundária acontece quando os próprios acionistas decidem negociar seus papéis. O dinheiro das negociações, porém, não vai para a empresa, e sim para o acionista. 


Flippers

O IPO também permite a atuação dos chamados “flippers”. São investidores interessados em participar de IPOs com intenção de vender as ações de forma rápida, em busca da valorização que, geralmente, esse tipo de movimentação atrai em sua estreia. Os casos mais recentes do Brasil mostraram valorização acima dos 10% em IPOs – houve episódios de alta de 20%.

BDRs NO MERCADO DE AÇÕES

No caso do IPO do Nubank, como a fintech escolheu a dupla listagem, quando as ações são negociadas também no exterior, as transações são feitas por BDRs. E o que é o BDR?

É a sigla em inglês para Brazilian Depositary Receipts. Os BDRs são certificados que atestam que as ações foram emitidas em outros países, mas que podem ser negociadas no Brasil, em reais. Assim, além do ganho da variação das ações, o investidor pode ver seu rendimento aumentar pela flutuação do câmbio.

Essa foi a aposta do Nubank em busca de consolidação no mercado estrangeiro. No dia da abertura das negociações, o fundador do Nubank, David Vélez, disse que a dupla listagem com apresentação de BDRs sempre esteve no horizonte da fintech. A cota inicial foi de mais de 800 BDRs disponíveis para investidor.

HÁ OPORTUNIDADES NO MEIO DA TURBULÊNCIA

Então o cenário turbulento à vista para 2022 faz o IPO ser carta fora do baralho de investimentos? Claro que não. O estardalhaço com a chegada do Nubank ao mercado de ações mostra que há como ter rendimentos com esse tipo de operação apesar do horizonte inquieto previsto para o ano que vem.

As ações do Nubank, inicialmente fixadas a US$ 9, fecharam no primeiro dia de negociações com valorização de 14,8%, cotadas a R$ 10,33. Ao fim daquele dia, a fintech valia R$ 47,6 bilhões na bolsa, quase US$ 5 bilhões a mais da cotação original. No Brasil, o Nubank teve valor de mercado inferior somente à Petrobras (US$ 70,7 bilhões) e Vale (R$ 69,3 bilhões). Esse sucesso deve pressionar as demais empresas que já negociam sua cartela a adotar medidas buscando o crescimento e também vai balizar a estratégia daquelas que têm o IPO dentro de seu planejamento.

Além do ambiente macroeconômico, se você considera investir em IPO precisa adotar algumas medidas mais próximas para a aplicação correta de seu dinheiro. Isso porque, em geral, atuais sócios de uma empresa que adotou o IPO detêm maior volume de informações de acionistas que chegarão ao leque de aliados empresariais. Por esse fato é que é necessário acompanhar análise de especialistas no assunto. Eles costumam ter acesso aos mesmos dados que um acionista, porém, com experiência de mercado, conseguem mapear o caminho correto a tomar.

Informação é um bem precioso no mercado de ações, e ao investir em IPO ela se torna ainda mais indispensável. Ter conhecimento da empresa que vai estrear nesse cenário é fundamental para o sucesso de seu investimento. Também é preciso analisar as concorrentes dessa companhia, entender se ela se estrutura de forma saudável para um crescimento saudável e linear. Quanto mais dados, melhor sua escolha. Seu investimento agradece.

QUEM ENTROU E QUEM QUER ENTRAR NA BOLSA VIA IPO

Como já vimos, o IPO foi uma ferramenta bastante explorada pelas empresas em 2021. E há uma lista grande de outras que ingressaram com pedidos para também entrar no mercado de ações. Confira abaixo a lista de quem já entrou e de quem quer fazer o IPO, além do Nubank.

Fizeram o IPO em 2021

Allied 

Armac

Bemobi

Blau Farmacêutica

Boa Safra Sementes

BRISANET

Caixa Seguridade

CBA

Clear Sale

Cruzeiro do Sul Educacional

CSN Mineração

DESKTOP

Dotz

Eletromídia

Focus Energia

Getninjas

GPS Participações

HBR Realty

Infracommerce

Intelbras

Jalles Machado

Mater Dei

Mobly

ModalMais

Mosaico

MPM Corpóreos

Multilaser

Oceanpact

ONCOCLÍNICAS

Orizon Valorização de Resíduos

Petrorecôncavo

RAÍZEN

Smartfit

Traders Club

Três Tentos Agroindustrial

Unifique

Vamos

Westwing

Estão na fila pelo IPO

Agribrasil

Althaia Indústria Farmacêutica

Ammo Varejo

Bmrv Participações

Cantu Store 

Captalys Companhia de Crédito

Cencosud Brasil

Cerradinho Bioenergia

Claranet Technology

Comerc Participações

Conasa

Coty Brasil Comércio

CSN Cimentos

Datora Participações e Serviços

Dori Alimentos

Environmental Esg Participações

Fulwood

Grupo Avenida

Holding Verzani & Sandrini 

Interplayers Soluções Integradas

Invest Tech

Ish Tech

Jfl Holding

Lupo

Madero

Monte Rodovias 

Rio Branco Alimentos

São Salvador Alimentos

Sbpar Participações

Trocafone

Unigel Participações

Vero

Vix Logística

DECIDI INVESTIR, COMO FAÇO?

Depois de considerar os prós e contras, você decidiu investir em IPO ou em outras ações já negociadas na Bolsa, mas avalia ainda ser um ambiente complexo. 

Siga os passos abaixo:

  1. Abra uma conta em uma corretora. As mais comuns são XP, BTG Pactual Digital, Warren, NuInvest.
  2. Dentro da plataforma da corretora, procure por uma sessão de Ofertas Públicas ou IPOs
  3. Procure o IPO que quer participar
  4. Defina o valor total que quer investir e o preço por ação que quer pagar.
  5. Pronto, agora é só esperar a liquidação da oferta pública.

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