Reserva de emergência: comece já a construir a sua!

por | 2 fev 2022 | Dicas

Imprevistos acontecem. Seja por um problema de saúde, uma demissão inesperada, a necessidade de trocar ou consertar o carro. Nós nunca sabemos quando precisaremos ter um dinheiro extra para cobrir custos que não estavam no nosso planejamento. Para isso, é essencial contar com uma reserva de emergência.

Como o próprio nome sugere, reserva de emergência é uma quantia separada de dinheiro que você utiliza apenas para casos inesperados. É formada a partir de um esforço financeiro inicial, com aplicação em algum investimento de sua confiança, e que rende até a hora de uma necessidade.

Mas como montar uma reserva de emergência? Quanto preciso ter para poder atravessar sem sobressaltos períodos de turbulência? Quais melhores investimentos para aportar recursos para essa finalidade? São para essas e outras perguntas que esse artigo foi feito. No fim dele, você estará ciente dos passos que têm de ser dados para montagem de uma reserva de emergência sólida.

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Primeiro ponto: mude a cultura sobre seu dinheiro

Para iniciar o processo de construção de uma reserva de emergência, você precisa mudar a concepção de como olha para o dinheiro que você ganha.

No Brasil está crescente o número de investidores, pessoas que entenderam que deixar o dinheiro debaixo do colchão ou na poupança faz com que você mais perca do que rentabilize esses recursos.

A cultura do investimento precisa estar presente no seu cotidiano e no de sua família. E não tem de ter em mente aqueles investidores de Bolsa de Valores que assistimos nos filmes. Atualmente, as corretoras e bancos facilitaram o acesso, a linguagem e os modelos de investimento. Com certeza existe um método que se encaixa no seu perfil e no de suas finanças.

A partir dessa virada de chave, você entenderá a importância de, mês a mês, reservar parte de seu orçamento para o investimento. No primeiro momento pode até apertar uma conta ali, outra acolá, mas de médio e longo prazos, esse passo é vital para que você tenha uma reserva de emergência considerável – e, quem sabe, poder até utilizar mais dinheiro para novos investimentos.

Segundo ponto: reajuste seu orçamento

Aqui está outro passo importantíssimo para a construção de sua reserva de emergência: é necessário reservar um dinheiro ao fim do mês para essa finalidade.

Costumamos pensar em curto prazo, imaginando que nenhum contratempo vai acontecer, e gastamos o salário todo, com pouca margem para uma aplicação em um modelo de investimento. Saiba, caro leitor, esse pensamento é errado.

Sempre é possível rever os gastos de seu orçamento. Evidentemente que vivemos tempos de pressão na inflação, com as taxas alcançando dois dígitos, alta nos preços de alimentos, nas contas de luz e água, e outras despesas rotineiras. Mas será que não tem nenhum gasto que você poderia rever ou substituir? Acredito que sim.

Para isso, uma dica valiosa é você colocar em uma planilha de Excel todos os gastos mensais. Ao fazer isso, terá à sua frente os números das finanças de sua casa e poderá identificar em quais áreas pode atacar. 

Será necessário mesmo ter três assinaturas de streaming? As despesas com aplicativo de transportes não poderiam ser reduzidas? Assim como os gastos com comida por delivery? Entenda que esse passo será um esforço inicial para construção de um benefício no futuro. E tem de ser um entendimento coletivo de sua família porque de nada adiantará se você decidir abrir mão de algumas despesas se seus filhos seguirem a rotina de gastos. Nesse caso é um pontapé inicial para educação financeira de seus filhos.

Quanto preciso ter para uma reserva de emergência?

Esse é um ponto-chave na construção de uma reserva de emergência. Ela está diretamente atrelada aos seus gastos mensais. Ao pensar em um número, você precisa lembrar que essa é, como o nome diz, uma reserva de emergência, que cobrirá suas despesas por um determinado período até que a turbulência se dissipe.

Mas de quanto precisa ser essa reserva? Especialistas em finanças pessoais indicam que o ideal é ter fundos para cobrir pelo menos seis meses de despesas. Ou seja, se você possui gastos mensais recorrentes de R$ 3.000, necessitará de ao menos R$ 18 mil. 

Sim, mais do que vinculada aos seus ganhos, a reserva é calculada a partir de seus gastos. Se você conseguiu adotar uma cultura de investidor, com poupança de despesas do dia a dia, quanto maior seu orçamento mais rapidamente atingirá a cota da reserva de emergência e poderá focar em outros investimentos para fazer seu dinheiro render mais.

Porém, essa é uma regra que pode ser modificada a depender dos casos. Se sua família e você sabem que em determinado período as despesas costumam aumentar (com material escolar, rematrícula da escola, IPVA e IPTU, inclusive de outros imóveis), é saudável projetar o aumento dessa reserva de emergência. Especialistas em finanças pessoais mais conservadores acreditam que uma boa reserva financeira precisa cobrir gastos por um ano. Assim, para uma família cuja despesa do dia a dia é de R$ 3.000, como exemplificamos no parágrafo anterior, o saldo seria de R$ 36 mil.

Não tenho nada na reserva de emergência! Como faço?

Nunca é tarde para começar a pensar em seu orçamento financeiro e encontrar espaços nele para investimentos. Mesmo se você nunca fez isso antes. Sempre é tempo de dar o pontapé inicial na construção de sua reserva de emergência.

Inicialmente, você precisa ter em mente a importância da reserva de emergência. Como dissemos em parágrafos anteriores, costumamos não projetar que alguma dificuldade aparecerá no nosso caminho, e vamos tocando nossa vida financeira sem esse planejamento de médio e longo prazos. O mesmo se aplica se você mora com mais pessoas.

Todos têm de estar conscientes dos esforços iniciais para colher os frutos no futuro.

Ultrapassada essa barreira, que é mais comportamental do que de ação, partimos para a prática da construção da reserva de emergência.

Investimentos para sua reserva de emergência

A aplicação de seus recursos para constituição de uma reserva de emergência é ponto determinante também para que esse montante seja o suficiente para cobrir as despesas em caso de contratempos. Por isso, o recomendável é destinar o dinheiro em investimento de baixo risco.

Se você já é um investidor e tem perfil arrojado, sabe que a maior rentabilidade está em modelos mais arriscados, com o mercado de ações negociadas na Bolsa de Valores. Mas aqui estamos falando na estrutura de uma reserva de emergência, que lhe poupará dores de cabeça em eventuais problemas no futuro. Esse valor não pode estar sujeito às oscilações do mercado, tem de estar mais protegido.

Ao mesmo tempo, a composição dessa reserva de emergência não pode ser feita sem a aplicação em algum investimento. Você não precisa juntar todo o dinheiro mínimo para uma reserva de emergência para aplicá-lo ou então apostar na poupança para chegar lá. Se adotar o primeiro cenário, perderá a rentabilidade do período no qual você juntou esse dinheiro. No segundo, terá um tipo de investimento com baixa rentabilidade.

Vamos às dicas!

Tesouro Selic

O Tesouro Direto é um tipo de investimento que garante segurança ao investidor. E uma das principais modalidades dele é o Tesouro Selic.

O Tesouro Selic é um programa criado pelo governo federal que permite que você invista em títulos públicos. É vinculado à taxa Selic, a taxa básica de juros no Brasil, que tem crescido nos últimos tempos como forma de tentar frear a alta da inflação. Ou seja, se torna atrativa não só pela segurança – uma vez que o governo garante a recompra desses títulos – como pela rentabilidade, até porque costuma render mais do que a poupança.

Como o Tesouro Selic tem liquidez diária, você pode sacar seu dinheiro em caso de emergência antes do prazo contratado.

Neste caso, incide tributos do Imposto de Renda, mas geralmente esses percentuais não atrapalham a rentabilidade de seu investimento.

CDB com liquidez diária

Outra modalidade que lhe permite retirar o recurso quando for conveniente é o CDB com liquidez diária.

O CDB são certificados de depósito bancário emitido por bancos, com vários níveis de segurança. O mercado oferece vários tipos de CDB, com prazos, liquidez e rentabilidade próprios. Com certeza há um que se encaixa no seu perfil.

Na questão da rentabilidade, os CDBs são pós-fixados seguindo a taxa CDI, que é o Certificado de Depósito Interbancário. Na prática, essa taxa se assemelha à Selic – às vezes pode até ser superior.

Assim como o Tesouro Selic, ao aportar em CDB com liquidez diária você também deve ser tributado no Imposto de Renda. E geralmente esse valor não diminui a capacidade de crescimento de seus investimentos.

Fundos de renda fixa

Assim como os aportes em Tesouro Selic e CDB com liquidez diária, outra pedida para construção de sua reserva de emergência é apostar em fundos de renda fixa.

Eles seguem a mesma lógica das duas sugestões anteriores, com percentuais pós-fixados e costumam render perto do percentual estipulado pela Taxa Selic. Ou seja, a mais do que a poupança.

A diferença é que esses fundos costumam ser geridos por um administrador, que cobra uma taxa pelos serviços executados. Fundos de renda fixa mais simples têm valores menores nessa transação. Também é preciso ficar atento ao assinar o contrato, entender se o fundo escolhido possibilita o resgate imediato do dinheiro para constituir sua reserva de emergência.

Outros fundos

Há ainda no mercado possibilidade de investimento em outros fundos de renda pós-fixada que podem ser usados para compor sua reserva de emergência. Existem a LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letras de Crédito Agropecuário), vinculadas ao setor privado dessas duas áreas – você, na prática, ‘empresta’ dinheiro a empresas desses setores, que lhe remuneram posteriormente por essa transação.

Você pode também recorrer aos Fundos DI, outra modalidade de aplicação financeira pós-fixada. A principal diferença para os demais fundos é que o DI não é coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), uma espécie de selo que assegura a viabilidade. Há um lado bom, que geralmente é a maior rentabilidade. Por isso, se apostar nesse modelo, procure Fundos DI consolidados e respeitados no mercado.

Por que não a poupança?

Se você é investidor inicial, buscando montar sua reserva de emergência agora, deve ter feito essa pergunta. A resposta é simples: embora seja a mais popular forma de investimentos no Brasil e tenha sua segurança atestada, a poupança rende bem menos do que as opções anteriores.

Além disso, o rendimento é anual, aplicado no ‘aniversário’ do investimento. Assim, se você retirar o dinheiro antes – essa é uma facilidade da poupança –, perderá a rentabilidade que ela traz.

Montei a reserva de emergência. E agora?

Ao chegar até esse ponto, é preciso celebrar. Não somente porque você construiu uma reserva de emergência que lhe ajudará na travessia de momentos inoportunos, mas porque ela serviu como ponte para a concepção de uma mentalidade de investimentos.

Os modelos que listamos nesse artigo são para investidores iniciais, com perfil mais conservador. E se você atingiu a cota inicial planejada, certamente passou a compreender melhor todo o cenário do mundo dos investimentos, as principais modalidades, as taxas envolvidas.

Assim, poderá se interessar por outras modalidades e virar um investidor de fato, colocando em sua rotina financeira.

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