Metaverso vira opção de investimentos. Assim como o Facebook, vale a pena apostar?

por | 3 fev 2022 | Dicas

O metaverso é um conceito que parecia apenas figurar em um cenário de filmes de ficção científica, mas está mais perto do que nunca da gente. Quando Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, anunciou em outubro que mudaria o nome da sua rede social para Meta, o assunto ganhou visibilidade além dos entusiastas.

Fato é que outras gigantes do mercado já olham há algum tempo para o metaverso. Mas se você ainda se pergunta o que é o metaverso, esse artigo é para você. E acredite: há possibilidade de ganhar dinheiro no metaverso, que tem atraindo fundo de investimentos que apostam que será, no futuro, um dos modelos consolidados de mercado.

O que é o Metaverso?

O conceito de metaverso é uma realidade paralela, na qual a pessoa vive em uma outra dimensão. Se for difícil de compreender na primeira lida, pense em filmes de ficção científica que certamente você assistiu ou ouviu falar.

Matrix e Avatar, por exemplo, viraram clássicos que ajudam a explicar o que é o metaverso. Em ambas as obras, pessoas são conectadas a outra realidade, em ambiente virtual, para ter uma espécie de segunda vida. É justamente nessa segunda vida que o metaverso atua.

A promessa do metaverso, que está em fase de implementação e de investimentos de empresas de tecnologia no mundo, é que você possa ter na segunda vida vários benefícios que tem na primeira. Você pode comprar roupas, assistir a jogos esportivos, viajar, ter um terreno.

Alguns jogos eletrônicos já utilizam parte do conceito em busca de lucrar ainda mais. Nesses games, se você quer deixar seu personagem com uma roupa mais estilizada ou então adquirir armas que aumentem o poder dele, há possibilidade de comprar. O metaverso é a imersão desse método.

Olhar das empresas para o Metaverso

Toda essa infinidade de possibilidades no metaverso atraiu muitas empresas, que apostam parte de seus investimentos em formas de como lucrar nesse ambiente.

A Adidas e a Nike, marcas multinacionais, já anunciaram que estarão no metaverso e desenvolvem produtos específicos a essa realidade paralela. As grifes Louis Vuitton, Gucci e Ralph Lauren também apresentam linhas exclusivas para o metaverso. Até mesmo a Disney vislumbra replicar a experiência de seus sonhados parques temáticos.

A lógica para essas gigantes é simples porque a produção de itens para o metaverso demanda menos dinheiro do que no mundo real, vamos chamar assim. A concepção de um novo tênis ou bolsa, a construção de um brinquedo no parque de diversões e até a operação de uma companhia aérea requer tempo, pesquisa, recurso, pessoal. No metaverso, esse trabalho é reduzido e com a vantagem de, se não der certo, se livrar do estoque é extremamente mais fácil do que na realidade.

A mudança de conceito do Facebook, agora Meta, indica que as maiores companhias do planeta apostam fortemente que o metaverso vai se popularizar. E essa fé das grandes empresas tem feito girar a roda dos investimentos em um ambiente que ainda não está consolidado.

Para se ter uma ideia do otimismo que envolve o metaverso, a Bloomberg Intelligence, empresa norte-americana especializada em pesquisas e análises de mercado, calculou que o volume de oportunidade no metaverso vai atingir US$ 800 bilhões até 2024. Na última cotação de 2021, esse montante significa R$ 4,5 trilhões!

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A possibilidade de bolha existe!

A cada reportagem que é publicada ou a cada empresa gigante que anuncia ingresso no mercado do metaverso faz com que haja frisson em torno das possibilidades desse modelo. E se você está impactado com o que leu até aqui, calma: o metaverso é uma aposta de risco.

O primeiro ponto é com relação ao avanço da tecnologia. Sim, claro, demos saltos gigantescos na tecnologia nas últimas décadas, porém, a popularização dela ainda é algo distante em todo o planeta.

No Brasil, somente em 2021 o governo federal conseguiu fazer o leilão das faixas 5G, que prometem revolucionar a transmissão de dados. As regras estabelecidas determinam um calendário escalonado de implementação da medida, com previsão de término para pequenas cidades somente em 2029. Fora que será necessário trocar a maioria dos smartphones, escolher aqueles com capacidade de receber o sinal.

Digo isso porque o avanço do metaverso está intimamente conectado à popularização do 5G. O metaverso não funciona em ambiente 4G.

O segundo ponto é o tamanho da especulação que já gira em torno do metaverso. Há alguns jogos em implementação no ambiente e que já negociam seus ativos. Por exemplo, você pode comprar um terreno próximo da fábrica da Atari, a fabricante japonesa de videogames. Em dezembro, um terreno no metaverso da empresa foi vendido a US$ 4,3 milhões. Na conversão, R$ 24 milhões! Um iate também foi negociado a US$ 650 mil!

Se a realidade em que vivemos pode ensinar é que nenhum ambiente econômico sobrevive a tamanha pressão nos preços. Não há garantia nenhuma que o investidor que desembolsou milhões de dólares por um terreno na Atari vá recuperar esse dinheiro.

O terceiro ponto está vinculado,de certa forma, ao primeiro, que é a popularização do metaverso. Entre a euforia do mercado e o estabelecimento dele há um caminho distante e incerto.

Se puxarmos pela memória, quantas tecnologias foram vendidas como inovadoras e perenes, mas ficaram pelo caminho com poucos anos de uso?

Em 2009, quando Avatar foi lançado, o mundo do cinema virou de cabeça para baixo. O filme de James Cameron apresentava o modelo 3D. Pessoas iam ao cinema somente pela experiência de ver um filme com óculos 3D. Outras obras foram adaptadas para utilização da tecnologia. Parecia o futuro consolidado.

Para aproveitar a carona, as fabricantes de televisão transportaram o 3D para as salas das pessoas. Milhões de dólares foram investidos para que o cliente pudesse ter em sua casa a mesma experiência que viveu no cinema assistindo a Avatar. Ao mesmo tempo, emissoras de televisão compravam equipamentos para também transmitir seus programas com a tecnologia.

O problema é que na metade dos anos 2010 as pessoas enjoaram do 3D. As televisões eram extremamente caras, poucos eram os produtos exibidos nessa plataforma, e outras fabricantes apostavam em outras tecnologias, como o Full HD ou o 4K.

O mesmo se aplicou a outras fórmulas consideradas revolucionárias. O mercado de SMS, que prometida mensagens instantâneas pelo celular a preços módicos à época, foi engolido com o WhatsApp, que entrega o mesmo produto sem custos. O blu-ray foi substituído pelo streaming. O mesmo aconteceu com CDs e plataformas de execução de som on-line.

É fato que o metaverso é promissor. Não seria se tantas empresas de nome não utilizassem recursos para encontrar formas de se popularizar no ambiente virtual. Mas o sucesso desse ambiente depende de diversos fatores que fogem da nossa alçada. 

Portanto, por mais que você seja arrojado, neste caso cautela nunca será demais.

Como investir no Metaverso

Como em todo modelo de risco, é possível ganhar dinheiro no metaverso. Existem possibilidades de aplicação de recursos em busca da rentabilidade no universo paralelo.

investir no metaverso

Terrenos

Em parágrafos anteriores você viu que teve um terreno da Atari, a fabricante japonesa de videogames, vendido a US$ 4,3 milhões. Sim, teve gente que vendeu e gente que comprou propriedade no metaverso por esse valor.

Alguns jogos já foram desenvolvidos com essa finalidade e projeta ao usuário cenários que, na vida real, ele não veria tão facilmente. Por exemplo, é possível adquirir uma cota de terreno ao lado da mansão do rapper norte-americano Snoopy Dogg. 

Há também negociações com projeção de futuro. Recentemente, um grupo investiu aproximadamente R$ 14 milhões em um terreno na chamada Fashion Street do metaverso, com objetivo de locar esse espaço para desfile de moda.

Tokens e NFT

Essas duas possibilidades de investimento se conversam, pois têm origem no token, que representam o valor real de algum bem virtual, como carro ou itens de jogos. 

Os tokens de ativos mais populares no metaverso funcionam como fundos de investimentos. Por exemplo, você tem interesse em adquirir uma empresa na realidade virtual, porém, não dispõe de recursos suficientes para concluir essa negociação sozinho. Essa empresa, sabendo do seu interesse e de outros participantes, adota o procedimento de ‘tokenização’ de seu valor. Ou seja, sua totalidade é fatiada em cotas, e cada um pode ser capaz de comprar. Essa estratégia, no ambiente do metaverso, pode valer para muitos itens.

Tantos itens que houve a derivação do token, que é o NFT, ou o token de ativo não fungível. O ativo não fungível é todo aquele item que você não consegue mensurar da forma tradicional do mercado. Por exemplo, uma obra de arte.

Em novembro, uma obra de arte digital foi vendida por US$ 28,9 milhões – ou R$ 156 milhões, na conversão da ocasião – por uma casa de leilões de Nova York. A escultura é a representação do primeiro humano criado no metaverso. A transação foi feita por NFT.

Criptomoedas

Se as criptomoedas, as moedas virtuais, já são realidade no chamado mundo real, evidentemente que elas estão no metaverso.

É possível fazer transações financeiras no metaverso e essas negociações são realizadas por meio de moedas virtuais. As mais populares atualmente são AXS e MANA. A MANA, aliás, chegou a valorizar 400% em novembro de 2021 depois do anúncio de algumas transações de terrenos de alto valor. Desde sua criação, a MANA registra valorização de 4.700%.

Ações e fundos ETF

Outras possibilidades de rentabilidade no metaverso são por meio das ações. Neste caso, o aporte é por meio de cotas negociadas por empresas que apostam diretamente nesse ambiente virtual.

O próprio Facebook, agora Meta, negocia suas ações na Bolsa e faz questão de alardear o aporte que tem feito para o metaverso. Outras companhias que caminham por esse universo, como a que criou o jogo Fortnite, também têm ações negociadas na Bolsa de Valores.

Dentro das ações, há possibilidade de investimento em ETFs, ou fundos de índice, que envolvem negociações em carteira de ações indexadas. Esse tipo de investimento é balizado em um índice de referência e saiba: existem índices específicos para o metaverso.

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